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domingo, 24 de maio de 2015

Questão agrária romana (Irmãos Graco)

 
  Na segunda metade do século II a.c como resultado da politica de dominação territorial e expansionista surgiu na República romana uma crise politica e social, ocasionada pelo monopólio das novas terras conquistadas por um grupo especifico de pessoas (cerca de 300 famílias) que formavam uma espécie de nobreza (noblitas).
  Esta nobreza era formada pela ordem senatorial e pelos equestres, assim deixando os plebeus de lado nos privilégios.
  As terras recém-conquistadas eram arrendadas aos membros da ordem senatorial e equestre, que pagavam ao estado uma quantia anual, porém com o tempo de forma gradual essas terras passaram a se tornar propriedade privada desses senhores que se tornaram grandes latifundiários.
  A grande produção nestes latifúndios em conjunto com a mão de obra escrava, fazendo que o produto final saísse mais barato, além da concorrência com produtos estrangeiros  tudo isso asfixiava os camponeses, que não tendo mais condições de se manter muitas vezes se tornavam trabalhadores avulsos, e mesmo assim faltava emprego já que a mão de obra escrava era preferida.
  Vendo a miséria das classes inferiores, que era motivo de preocupação já que foram estas que fizeram a grandeza de Roma tendo em vista que é de lá que se forma o grande exército romano, dois tribunos Caio Graco e Tibério tentam reagir contra a oligarquia que domina roma para restabelecer a classe média dos camponeses que era tão importante para o bem estar da República.
  Tibério Graco eleito tribuno em 133 a.C propôs uma lei que restringia todo cidadão de possuir mais de 310 acres de terra, o excedente seria devolvido ao estado para que este fizesse arrendamento para as classes mais baixas, além de que o Estado iria ajudar com empréstimos o inicio da produção nessas terras.
  O Senado naturalmente se opôs a lei, e antes mesmo de ser aprovada o mandato de Tibério expirou. Tibério tentou recandidatar-se (era proibido a reeleição) para ver cumprida sua lei, porém isso deu ensejo para que o Senado gerasse tumultos, e em um desses Tibério foi assassinado junto com mais 300 adeptos.
  Mesmo após sua morte sua legislação foi aprovada, o Senado não ousou fazer o contrário.
  Dez anos mais tarde em 123 a.C o irmão de Tibério reacendeu a luta em prol do camponeses, Caio Graco mais astuto tomou precauções para que ele não terminasse como seu irmão dentre seus atos estão:
  • De forma natural preparou o caminho para sua reeleição, assim teve tempo para estender as reformas também as colônias romanas, e fazer algumas reformas eleitorais afim de diminuir a influência da nobreza nos comitia centuriata.
  • Também igualou os poderes entre a ordem Senatorial e os cavaleiros (equestres) para que os senadores tivessem uma queda de influência.

  Caio Graco teve a ideia de organizar uma colônia na antiga Cartago, em sua ausência seus inimigos enganaram a plebe, o tribuno Marco Lívio Druso se apresentou com propostas mais radicais do que as propostas por Caio, e ganhou assim o apoio da massa eleitoral.
  Ao tentar se reeleger pela terceira vez Caio foi derrotado, após isso seu projeto de colônia em Cartago foi abandonado.
  Ele e seus adeptos em uma ultima esperança de continuar sua reforma recorreram as armas, foram vencidos, e tratados de maneira cruel pelos conservadores, tendo assim o mesmo destino trágico de seu irmão.
  A nobreza saiu vitoriosa, porém muitas reformas propostas pelos irmãos Graco continuaram vigentes, por exemplo, as relativas à concessão de terras e legislação eleitoral.

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